Guia para Brasileiros em Xangai: O Que Saber
Xangai é a cidade mais cosmopolita da China e, para muitos brasileiros, a porta de entrada para o país asiático. Seja a turismo, estudo ou trabalho, aterrissar na maior cidade chinesa pela primeira vez pode ser tão empolgante quanto desafiador. Cultura diferente, língua complexa, hábitos inusitados… mas não se preocupe! Com as informações certas, você vai se sentir muito mais preparado para essa aventura. Este guia traz dicas essenciais para brasileiros em Xangai, cobrindo aspectos culturais, logísticos e práticos, para que sua estadia seja tranquila e enriquecedora.
Documentos e Preparativos
Visto Chinês: Brasileiros precisam de visto para entrar na China, e isso inclui Xangai. Não existe isenção de visto de turismo para cidadãos do Brasil, então providencie o visto junto ao Consulado Chinês antes da viagem. Há diferentes tipos (turismo L, negócios M/F, estudo X, trabalho Z etc.), obtenha aquele adequado ao propósito da sua visita. Não deixe para última hora, pois o processo requer convite ou reserva de hotel e emissão pode levar alguns dias. Chegando lá, as autoridades chinesas vão exigir seu passaporte válido (com pelo menos 6 meses restantes de validade) e o visto colado nele (Turismo em Xangai – Dicas de viagem para a China).
Dica: Xangai possui uma política de 144 horas transit visa exemption – isenção de visto por até 6 dias – para viajantes em trânsito para um terceiro país. Ou seja, se você estiver indo, por exemplo, Brasil -> Xangai -> Japão, pode ficar até 144h em Xangai sem visto. Mas atenção: você não pode usar isso vindo direto do Brasil e retornando ao Brasil; precisa comprovar voo de saída para outro país e não pode sair da região de Xangai/adjacências nesse período. Essa regra é meio específica, então se não se encaixar, vá com visto normal mesmo.
Passagem e Vacinas: Não há voo direto do Brasil para Xangai; você fará conexão na Europa, Oriente Médio ou África. Compre passagem com antecedência, e se possível, escolha conexões confortáveis (são ~24h de viagem no total). Sobre vacinas: a China não exige certificado de vacinação internacional (como febre amarela) de brasileiros em geral, mas é recomendável estar com as vacinas básicas em dia. Durante a pandemia de COVID-19, as regras sanitárias mudaram frequentemente – consulte as normas atuais antes da viagem (teste PCR, comprovante vacinal, formulários de saúde, etc., se aplicável).
Seguro Viagem: Faça um! Despesas médicas na China podem ser altas para estrangeiros em clínicas internacionais. Um seguro com cobertura hospitalar e médica é muito importante. Xangai tem excelente rede de saúde, inclusive hospitais VIP internacionais (com atendimento em inglês), mas tudo pago.
Dinheiro: Leve um pouco de dinheiro em espécie (yuan), suficiente para os primeiros dias. Em Xangai é fácil trocar dólar/euro por yuan em bancos ou casas de câmbio. Cartões de crédito internacionais são aceitos em hotéis grandes e algumas lojas, mas no cotidiano chinês reinam WeChat Pay e Alipay (pagamentos via celular). Como você provavelmente não terá essas plataformas ativadas de imediato, tenha moeda local para transporte, alimentação e passeios inicialmente.
Chegando em Xangai
Xangai tem dois aeroportos principais: Pudong (PVG), o internacional, e Hongqiao (SHA), mais doméstico. Se você vier do Brasil, chegará em Pudong. Ao desembarcar:
- Imigração: Entregue seu passaporte com visto válido e o formulário de chegada preenchido (que geralmente distribuírem no avião). O oficial pode tirar uma foto sua e colher impressões digitais (processo padrão). Em raros casos podem fazer perguntas sobre propósito da viagem, mas geralmente carimbam e pronto.
- Alfândega: Se estiver trazendo bens a declarar (equipamentos caros, grandes quantias em dinheiro), há um canal vermelho para declarar. Caso contrário, siga pelo canal verde de nada a declarar. Lembre-se do limite de 10.000 RMB ou equivalente em espécie.
- Transporte do Aeroporto: Saindo de Pudong, as opções para chegar ao centro são:
- Maglev + metrô: Xangai é famosa pelo trem Maglev (levitação magnética) que liga o aeroporto Pudong à estação Longyang Road. Ele percorre 30 km em 7-8 minutos, a impressionantes 430 km/h! É mais uma atração turística que necessidade, pois não vai diretamente pro seu hotel, você terá que pegar metrô ou táxi depois. Custa ~50 RMB. Se quiser experimentar, ótimo – te deixa na linha 2 do metrô (Longyang Rd) onde você segue para seu destino.
- Metrô convencional: A linha 2 verde sai de ambos aeroportos (Pudong e Hongqiao). Do Pudong ao centro (Lujiazui, People’s Square etc.) leva cerca de 1h, mas é baratinha (~7 RMB) e funciona até ~22:00. Se chegar de noite bem tarde, talvez não pegue o último trem.
- Táxi: Após pegar malas, siga placas “Taxi” e entre na fila oficial. Ignore qualquer pessoa que te abordar oferecendo táxi dentro do saguão – esses são clandestinos e mais caros. Um táxi oficial até regiões centrais (Bund, People’s Square) fica em torno de 170-200 RMB (uns R$130) e leva 45-60 min dependendo do trânsito. Tenha o endereço do hotel escrito em chinês para mostrar ao motorista, pois poucos falam inglês. Você pode obter isso no site do hotel ou usando Google Translate previamente. Os táxis aceitam dinheiro, poucos aceitam cartão.
- Traslado privado: Alguns hotéis 5* oferecem transfer, ou você pode reservar antecipadamente via apps como Klook. Pode valer se estiver em grupo ou com muitas malas.
- Ônibus Shuttle: Existem ônibus expressos (Airport Shuttle) que conectam Pudong a determinados pontos da cidade (por ex, Jing’an Temple, ou rodoviária). Custam ~20 RMB. Porém, se você não estiver familiarizado com a cidade e carregando bagagem, pode ser confuso. Talvez não valha a economia em detrimento do conforto de um táxi ou facilidade do metrô.
Uma vez instalado, Xangai é fácil de navegar: o metrô de Xangai é excelente, cobertura extensa, sinais em inglês, extremamente limpo e eficiente. Provavelmente você usará muito, pois evita trânsito. Compre um Shanghai Jiaotong Card (cartão recarregável) em qualquer estação – serve para metrô, ônibus e até táxi. O metrô opera aproximadamente 5h30 à 23h30 (varia por linha).
Comunicação e Idioma
Língua: Em Xangai a língua oficial é o mandarim, mas a população local também fala o dialeto shanghainês entre si (incompreensível para quem sabe só mandarim). Para você, foque no mandarim básico ou no inglês. Em áreas turísticas e bairros com estrangeiros (como Jing’an, Xuhui), muitos chineses falam inglês básico, especialmente jovens e staff de turismo. Placas de ruas principais e transporte vêm em chinês e inglês.
Aprenda algumas palavras úteis em mandarim para a viagem:
- Olá = Ni hao (ní răo)
- Obrigado = Xie xie (xiê xiê)
- Por favor/De nada (não há exato, mas “obrigado” responde a de nada também, ou use méi guanxi = “não foi nada”)
- Sim = Shi / Não = Bù
- Quanto custa? = Duōshao qián? (dôu-shao tién)
- Muito caro = Tài guì! (tai guêi) – útil na hora de pechinchar 😄
- Eu não falo chinês = Wǒ bù huì shuō zhōngwén.
Tradução: Tenha no celular apps como Google Translate (já baixe o pacote offline de chinês) ou Microsoft Translator. Eles permitem digitar frases em português/inglês e mostrar em chinês. Também têm função de câmera para traduzir cardápios e placas – essencial, pois muitos menus serão só em chinês. WeChat também tem um recurso de mini-programa de tradução de imagens.
Internet e bloqueios: Importante: os serviços que usamos no Brasil – WhatsApp, Facebook, Instagram, Google (busca, Gmail, Maps, YouTube) – são bloqueados na China continental pelo Grande Firewall. Xangai não é exceçã (O Guia Definitivo para Usar um VPN na China (2024))】. Então, se quiser acessá-los, você precisará de um VPN habilitado no seu dispositivo antes de chegar. Existem VPNs pagos confiáveis (ExpressVPN, NordVPN etc. – pesquise atualizados, pois o governo chinês às vezes bloqueia alguns). Configure no celular e laptop. Uma alternativa: muitos brasileiros e expatriados criam contas no WeChat (app chinês multiuso) para comunicação, e usam o Baidu para buscas locais, e serviços locais equivalentes (Weibo para redes sociais, QQ mail etc.). Mas para uma viagem de curta duração, o VPN é mais simples.
Celular: Seu celular brasileiro deve funcionar em roaming, mas as tarifas são altíssimas. Melhor comprar um SIM card local. No aeroporto de Pudong há lojas de operadoras (China Mobile, China Unicom) vendendo chips pré-pagos para turistas – costumam custar ~¥100 com dados incluídos (5-10 GB). Você pode precisar mostrar passaporte para registro (é exigência local para ativar chips). Também existem eSIMs que você compra online antes e ativa digitalmente – práticos se seu aparelho suporta eSIM. A velocidade 4G/5G em Xangai é ótima. Com internet móvel você poderá usar mapas, tradutor e pedir transporte por aplicativo (embora apps chineses exijam números chineses para registro às vezes).
WeChat: Vale repetir: instale o WeChat (Weixin) no celular. É como um “WhatsApp chinês”, mas muito mais – serve para mensagens, pagamentos, pedir táxi, delivery, tudo. Mesmo que você use o WhatsApp via VPN para falar com família no Brasil, o WeChat será útil para interagir com chineses que conhecer (eles não usam WhatsApp normalmente). Crie sua conta e adicione contatos. Se ficar por mais tempo, tente habilitar o WeChat Pay vinculando seu cartão – isso tornará compras e pagamentos super fáceis (paga qualquer coisa escaneando QR code). Atualmente, estrangeiros conseguem ativar WeChat Pay e Alipay usando cartões internacionais ou carregando dinheiro numa espécie de carteira pré-paga.
Cultura e Comportamento
Diferenças culturais: Xangai é bem internacional, mas ainda assim, como parte da China, possui costumes particulares:
- Idioma e simpatia: Não estranhe se muitos chineses não forem ultra solícitos de cara – não é grosseria, é a barreira da língua/ costume. Ao pedir informação, seja educado, sorria, mas entenda se a pessoa recuar por não falar inglês. Busque jovens ou alguém uniformizado (lojas, metro) que geralmente têm noções de inglês.
- Multidão e empurrões: Xangai tem milhões de habitantes e locais populares ficam cheios. Em metrôs lotados ou atrações turísticas, não leve para o pessoal se alguém esbarrar sem pedir desculpas; a cultura chinesa lida diferente com espaço pessoal. Eles podem ser mais “empurrões” nas filas do que estamos acostumados. Mantenha a calma e entre no fluxo – não é ofensa.
- Fotos com estrangeiros: Por ser cosmopolita, Xangai tem muitos estrangeiros, então provavelmente você não será tão assediado quanto seria em cidades do interior. Ainda assim, pode acontecer de algum chinês, principalmente de fora visitando Xangai, pedir para tirar foto com você (sobretudo se você for loiro ou negro, traços menos comuns lá). Já houve brasileiros que estranharam pedidos de foto. Fica a seu critério aceitar; normalmente é por curiosidade ou admiração, sem maldade.
- Comunicação não-verbal: Os chineses podem rir ou sorrir em situações em que nós não sorriríamos (por nervoso ou para aliviar tensão) – ex: você está tendo dificuldade de explicar algo, eles podem dar risadinhas; não leve a mal, não estão zombando, é um jeito de demonstrar gentileza/timidez. Por outro lado, a expressão facial neutra deles pode parecer sisuda às vezes.
- Cartão de visita: Se for em contexto de negócios, receba e entregue cartões de visita com as duas mãos como sinal de respeito. E leia o cartão que receber ao invés de guardar imediatamente, demonstra consideração.
- Evite debates políticos: Parece óbvio, mas não critique abertamente governo chinês, não fale de assuntos sensíveis como Taiwan, Tibete, protestos de Hong Kong, etc., especialmente com pessoas que você não tenha intimidade. Os chineses comuns podem até ter opiniões diversas, mas por cautela (e por respeito às leis locais) evite polêmicas. Concentre-se nos aspectos culturais positivos nas conversas.
Alimentação e costumes à mesa: A culinária de Xangai (e da China) é deliciosa mas diferente. Não estranhe:
- Eles bebem água quente ou chá quente mesmo nas refeições – água gelada não é comum, pois creem que beber água morna faz bem à saúde (melhora a digestão e equilíbrio interno (Porque os chineses bebem água quente | China na minha vida)】. Se preferir gelada, terá que pedir “Bīng shuǐ” (água com gelo) explicitamente, e nem todo lugar tem.
- Hashi (pauzinhos): Você acabará usando. Em restaurantes locais, dificilmente terá garfo/faca – no máximo colher de sopa chinesa. Então pratique comer com hashi. Regra de etiqueta: não espete o hashi verticalmente na comida (especialmente arroz), pois remete a incensos de funeral – é mal visto.
- Pratos compartilhados: Na China costuma-se pedir vários pratos para o centro da mesa e todos compartilham (cada um pega um pouco com seu hashi e coloca na sua tigela). Se estiver com chineses, siga isso. Se for sozinho, pode pedir um lamen ou arroz frito individual.
- Apimentado ou não: A culinária de Xangai não é muito picante comparada a outras regiões, mas restaurantes oferecem pratos de toda a China. Cuidado com símbolo de pimenta no menu ou palavras como “má là” (picante e entorpecente, típico de Sichuan). Se não gosta de pimenta, aprenda a dizer “bu yao la” (não quero pimenta).
- Gorjeta: Não se dá gorjeta na China, não é costume e alguns podem até recusar. O serviço já costuma estar incluso nos preços de estabelecimentos mais caros. Em táxis, geralmente arredonda-se para cima se quiser (ex: corrida deu 18, você pode deixar 20), mas não há obrigatoriedade e muitos motoristas devolvem o troco certinho.
- Barulho ao comer: Pode notar pessoas sorvendo macarrão fazendo barulho, ou tomando sopa ruidosamente – na cultura chinesa isso não é falta de educação, ao contrário, pode sinalizar que a comida está boa. Então não se ofenda se à mesa do lado alguém tomar a sopa “sugando” alto. Faz parte.
- Pagando a conta: Os chineses têm a cultura de “anfitrião paga tudo” quando convidam. Se estiver com amigos chineses, é provável que disputem para pagar a conta. Como estrangeiro, insistir muito pode ser desconfortável – eles podem fazer questão de ser hospitaleiros. Você pode retribuir convidando-os em outra ocasião.
Segurança e leis locais:
- Xangai é segura. Você pode andar à noite nas áreas centrais com baixa preocupação de crime violento. A polícia é presente e a cidade é cheia de câmeras. Casos de roubo ou assalto são raríssimos em zonas turísticas. Claro, tenha precaução normal com seus pertences em locais cheios (pickpockets existem em toda grande cidade).
- Drogas são totalmente proibidas e penalizadas severamente (não arrisque absolutamente nada nesse sentido).
- Cuidados simples: atravesse na faixa, respeite sinais – na China pedestres atravessando fora da faixa podem ser multados, e o trânsito pode ser caótico (veículos nem sempre param para pedestres mesmo na faixa se semáforo não estiver verde para você).
- Tenha sempre com você um documento (ou cópia) e o cartão do hotel. A polícia pode fazer abordagem de estrangeiros para ver passaporte/visto (embora incomum).
- Se acontecer alguma emergência, o número de telefone da polícia é 110, ambulância 120, bombeiros 119. Poucos atendentes falam inglês, então tente pedir ajuda a alguém bilíngue perto de você se precisar ligar.
Turismo e Vida em Xangai
Principais atrações: Xangai é cheia de pontos turísticos:
- The Bund (Wai Tan): cartão postal – a avenida à beira do Rio Huangpu com prédios históricos coloniais de um lado e, do outro lado do rio, a vista espetacular dos arranha-céus de Pudong (Torre Pérola Oriental, Shanghai Tower). Vá de dia e de noite (iluminação noturna é incrível). Aos finais de semana fica lotado de turistas chineses.
- Torre Pérola Oriental: Esse icônico prédio roxo com esferas foi por muito tempo o símbolo da modernização de Xangai. Tem mirante e museu dentro. Não é o prédio mais alto hoje (Shanghai Tower é), mas continua popular.
- Jardim Yuyuan e Cidade Antiga: Um pitoresco jardim clássico chinês da era Ming, com pavilhões, lago com carpas e pontes sinuosas – um refúgio do passado no coração da cidade velha. Ao redor, o bazar Yuyuan cheio de lojas de souvenirs e comidas típicas (prove os famosos dumplings de sopa, xiaolongbao, no Nanxiang). Muito turístico, mas imperdíve (Turismo em Xangai – Dicas de viagem para a China) (Turismo em Xangai – Dicas de viagem para a China)】.
- Templo Jing’an: Belo templo budista, restaurado, contrasta com os prédios modernos de Jing’an ao redor. Atmosfera serena e vale a visita, principalmente pela manhã quando fiéis fazem preces.
- Xintiandi e Tianzifang: Áreas de shikumen (casarões de pedra) restauradas e transformadas em centros de compras e entretenimento. Xintiandi é mais chique, com restaurantes e boutiques ocidentais. Tianzifang (no bairro da antiga concessão francesa) é um labirinto de vielas com lojas de arte, artesanato e cafés – charmosa para passear de tard (O que fazer em Xangai: Dicas e atrações da maior cidade da China)】.
- Museu de Xangai: Situado na Praça do Povo (People’s Square), tem riquíssimo acervo de arte chinesa antiga (bronzes, cerâmica, caligrafia, jade). E entrada gratuita! Vale muito para quem gosta de história e arte.
- Skyline de Pudong: Atravesse para Pudong e suba em pelo menos um arranha-céu. A Shanghai Tower (632 m, 2ª mais alta do mundo) tem observatório altíssimo. O Shanghai World Financial Center (SWFC, o prédio “abridor de garrafa”) também. Ambos cobram ingresso ~¥180. A vista lá de cima, em dia claro, alcança toda a planície do Yangtzé. Outra opção gratuita: visite o shopping Super Brand Mall ou o lobby do hotel Hyatt no Jin Mao Tower para ter um visual do interior do edifício e de Pudong.
- Concessão Francesa: Passeie pelas ruas arborizadas das ex-áreas francesas (Huaihai Rd, Fuxing Rd, Hengshan Rd). Cafés, bares e boutiques charmosas abundam. A arquitetura colonial européia e art déco faz você até esquecer que está na China por momentos.
- Shanghai Disneyland: Se tiver tempo e gostar, Xangai tem um parque Disney, inaugurado em 2016. Fica nos subúrbios (linha 11 do metrô leva lá). É mais novo que os americanos e com toques chineses interessantes.
- Vida noturna: Xangai tem bares rooftop famosos (ex: Bar Rouge no Bund), boates internacionais (M1NT, Myst), pubs cervejeiros (o Boxing Cat Brewery é bem conhecido). Há shows e espetáculos – um recomendado é o show de acrobacias ERA Intersection of Time, impressionante e sem depender de idioma.
Custo de vida e dinheiro: Xangai é das cidades mais caras da China, porém para um brasileiro, muitos preços ainda podem parecer baixos:
- Alimentação local é barata (uma refeição simples em lanchonete chinesa: ¥30, ~R$20). Restaurantes ocidentais ou high-end custam parecido com grandes cidades do Brasil.
- Transporte público: metrô varia de ¥3 a ¥8 (R$2-6). Táxi começa em ¥14 (R$10) nos 3km iniciais.
- Hotéis: de albergues a 50 RMB a noite, até hotéis de luxo a 2000 RMB. Mas bons 3-4 estrelas internacionais você acha na faixa de R$300-500 a diária, especialmente fora de altíssima temporada.
- Passeios: muitos são gratuitos ou baratos. Ingressos de torre/museu custam <R$100. Disneyland e outros parques temáticos custam mais (R$300+).
- Compras: depende. Roupas de marcas internacionais custam igual ou mais caro que no Brasil (porque muitas importam e há impostos). Já eletrônicos da Xiaomi, por ex, podem ser mais baratos. Lembre que pode haver tax free para estrangeiros em compras acima de certo valor em lojas credenciadas (você reembolsa IVA no aeroporto).
- Peça nota fiscal (fapiao) se comprar produtos caros – além de usar para tax free, serve de comprovante se tiver que declarar na alfândega brasileira na volta.
Interagindo com brasileiros/Comunidade: Xangai tem uma comunidade considerável de brasileiros expatriados (profissionais e estudantes). Existem grupos em redes sociais e eventos como encontros para assistir jogos de futebol ou para confraternizar. Se for ficar muito tempo, vale procurar pelo Grupo Brasileiros em Xangai no Facebook ou perguntar no Consulado Brasileiro em Xangai (que fica em Pudong) sobre atividades comunitárias. Às vezes rolam feijoadas, festas de Carnaval etc., promovidos por entusiastas. Ter uma rede de conterrâneos pode ajudar a matar a saudade de casa e trocar experiências.
Considerações Finais
Xangai é uma cidade que mistura o Oriente e Ocidente de forma única. Arranha-céus futuristas convivem com templos antigos; executivos de terno dividem a calçada com senhores praticando tai chi no parque. Como brasileiro, você notará diferenças marcantes – desde o hábito dos chineses de beber água quente mesmo no verã (Porque os chineses bebem água quente | China na minha vida)】, até a disciplina coletiva que às vezes contrasta com nosso jeito mais informal. Mas verá também semelhanças: o povo chinês valoriza a família, gosta de comida farta, aprecia futebol (sim, muitos conhecem jogadores brasileiros!) e pode ser tão caloroso quanto nós, uma vez quebrada a barreira inicial da timidez linguística.
Com este guia, esperamos que você se sinta mais seguro para explorar Xangai. Resumindo as dicas de ouro:
- Tenha seus documentos em ordem (passaporte, visto (Turismo em Xangai – Dicas de viagem para a China)】 e planeje comunicação (VPN, chip local) antes de embarcar.
- Adote uma atitude aberta: esteja disposto a experimentar a culinária local, respeitar os costumes e aprender algumas palavras em mandarim – isso fará toda a diferença na interação.
- Planeje deslocamentos: use e abuse do metrô, peça endereços em chinês, fique atento aos horários. Xangai é grande, mas super conectada.
- Aproveite a cidade! Vá ao Bund admirar o skyline, perca-se pelas ruelas da concessão francesa, negocie bugigangas em Yuyuan, suba aos céus no topo da Shanghai Tower. Xangai oferece tanto atividades tradicionais (cerimônia do chá, ópera chinesa) quanto uma vibe moderna (galerias de arte contemporânea, bares descolados). Escolha o que combina com você.
No mais, boa viagem (旅途愉快) e que Xangai lhe proporcione experiências inesquecíveis. A mistura de culturas, a grandiosidade urbana e as pequenas descobertas do dia a dia certamente vão ampliar seus horizontes.
Referências: Brasileiros que desejam visitar a China precisam portar *passaporte válido e visto chinês correspondente ao motivo da viagem (Turismo em Xangai – Dicas de viagem para a China)】 – não há isenção de visto para turismo. Note também que serviços de comunicação populares, como WhatsApp, são bloqueados na China continental, sendo necessário usar VPN para acessá-lo (O Guia Definitivo para Usar um VPN na China (2024))】. Um hábito local curioso é que os chineses costumam beber água quente por motivos de saúde, acreditando que a temperatura morna ajuda na digestão e equilíbrio do corp (Porque os chineses bebem água quente | China na minha vida)】, então não se surpreenda quando isso acontecer em Xangai!
(Para suporte adicional em Xangai, como intérpretes ou serviços de concierge local, você pode contar com a rede de parceiros da Destino China, que auxilia viajantes brasileiros na China a se adaptarem e resolverem questões práticas durante a estadia.)