Produtos europeus são mais caros que os produtos chineses porque são melhores?
Outro dia recebi uma mensagem de um seguidor comparando produtos chineses e europeus.
Coloco na íntegra uma frase que chamou minha intenção e me motivou a escrever sobre o tema:
“Produto na Europa: 4×0 o preço, compra uma vez e dura o resto da vida”.
A impressão dessa pessoa, que percebo ser compartilhada por muitos no Brasil, é que o produto europeu é mais caro que os produtos chineses por terem mais qualidade.
Será que isso procede?
Veja o que tenho a dizer sobre o tema abaixo.
Produtos chineses são inferiores aos dos europeus?
Isso é verdade. Os produtos europeus tendem a apresentar qualidade maior em relação aos chineses, mas isso não significa que o produto fabricado na China seja imprestável ou muito inferior.
Pense no seguinte: se a China, hoje, é uma superpotência, dona de uma capacidade industrial impressionante, compete cabeça a cabeça economicamente com os EUA; consegue levantar um prédio de dezenas de andares em menos de um mês, porque seria incapaz de fabricar um produto com a mesma qualidade de países que estão abaixo dela entre as nações mais ricas e poderosas?
Esse é o ponto. A China não é incapaz de apresentar o mesmo nível de qualidade da produção europeia. A China reduz a qualidade de seus produtos por decisão estratégica.
O diferencial chinês
Hoje o custo de produção é o mesmo em qualquer lugar do mundo porque os preços de commodities, de matérias-primas são tabelados. Se um país europeu e a China usarem toda a capacidade, recursos e conhecimento que dispõem, produzirão produtos idênticos em qualidade e com preços semelhantes.
Diante disso, por que escolher um ao invés do outro? A China logo descobriu a resposta: tradição.
Muitas marcas europeias são centenárias e mais conhecidas pelo público. Na dúvida de qual escolher, o consumidor opta pela melhor referência que lhe veem a cabeça.
O governo chinês entendeu que precisaria apresentar um diferencial para persuadir o consumidor a preferir os produtos chineses em detrimento dos europeus.
Como jamais poderia igualar a tradição fabril europeia por ser um player recente no mercado global, do ponto de vista histórico, adotou outra estratégia.
Apresentar preços mais competitivos. Para alcançar esse objetivo, precisou reduzir a qualidade de seus produtos para diminuir o custo de produção.
Preço e qualidade: a busca pelo equilíbrio perfeito
Contudo, essa redução de qualidade é medida para não inviabilizar a utilização do produto, pois do contrário o consumidor irá se frustrar e preferirá comprar o europeu mesmo sendo mais caro.
Avaliando o panorama atual do comércio internacional, pode-se dizer que a China está sendo muito bem sucedida nessa estratégia. O mundo todo compra do gigante asiático, por conseguir promover um bom equilíbrio entre preço e qualidade.
Conforme a tecnologia avança, mais aprimorado fica esse equilíbrio. A qualidade aumenta sem influenciar significativamente os preços.
Conclusão: não menospreze os produtos chineses
A China não chegou aonde chegou enganando bilhões de pessoas no mundo. Nos últimos 30 anos ela desenvolveu seu parque industrial aprendendo com os principais fabricantes do planeta e investindo muito em sua tecnologia.
Os produtos chineses podem até não apresentar a mesma vida útil que um produto europeu, mas costuma compensar no custo-benefício.
Para decidir qual é a melhor opção, cabe uma avaliação individual.
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